Participou da exposição individual
O professor deverá ser o último a se retirar,
mesmo nos dias de chuva,
pela Temporada de Projetos do Paço das Artes - 2019
Participou da exposição individual
O professor deverá ser o último a se retirar,
mesmo nos dias de chuva,
pela Temporada de Projetos do Paço das Artes - 2019
Participou da exposição individual
Capítulo 1: O corpo mente menos que as palavras,
na Oma Galeria - São Bernardo do Campo - SP - 2018
Participou da exposição individual
Capítulo 1: O corpo mente menos que as palavras,
na Oma Galeria - São Bernardo do Campo - SP - 2018
Participou da exposição individual
Capítulo 2: O professor deverá ser o último a se retirar, mesmo nos dias de chuva,
na Casa do Olhar Luiz Sacilotto - Santo André - SP - 2018
Participou da exposição individual
Capítulo 2: O professor deverá ser o último a se retirar, mesmo nos dias de chuva,
na Casa do Olhar Luiz Sacilotto - Santo André - SP - 2018
Participou da exposição individual
Capítulo 2: O professor deverá ser o último a se retirar, mesmo nos dias de chuva,
na Casa do Olhar Luiz Sacilotto - Santo André - SP - 2018
vista da exposição "Ministério da Solidão"- OC Oswald de Andrade - São Paulo - 2021 - curadoria Julia Lima - foto: João Mascaro
SPARTE - OMA Galeria - 2019
Exposição individual
O professor deverá ser o último a se retirar,
mesmo nos dias de chuva,
Temporada de Projetos
Paço das Artes - 2019
acompanhamento crítico
Mirtes Marins de Oliveira
(bandeira brasil)
26º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande 2019
(bandeira brasil, caminho suave, diário de classe)
Pequenos legados
2019
Aquarela e grafite sobre papel algodão
22 aquarelas
tamanhos variados
Exposição coletiva
Urbano: Mostra de arte contemporânea
Fundação das Artes - São Caetano do Sul 2019 - curadoria Valdo Rechelo
16º Salão de Arte Contemporânea de Guarulhos
2020
(bandeira brasil, caminho suave, bate-bate)
Exposição coletiva
Ministério da solidão
Oficina cultural Oswald de Andrade
2021 - curadoria Julia Lima
(bandeira, bate-bate e arminhas)
publicado na Revista Têmpera
vol.2 Nº8 2020
Acervo
MAR
Museu de Arte do Rio
(planta/escolinha)
35x25cm [acervo MAR - Museu de Arte do Rio]
35x25cm [acervo MAR - Museu de Arte do Rio]
35x50cm
35x50cm
35x50cm
35x50cm
35x50cm
50x70cm
50x70cm
50x70cm
50x70cm
70x50cm
70x35cm
100x35cm
35x100cm
35x100cm
35x100cm
35x100cm
35x100cm
100x70cm
100x70cm
65x60cm
Publicado na Revista Têmpera - vol.2 nº8 2020
Pra começar esta série, fui relembrar a planta da casa em que morei na infância. Voltar ali era importante para percorrer o modo de viver naquele lugar e as brincadeiras que lá aconteciam. No fundo do terreno, depois do quintal, tinha uma edícula. Este quarto, além de conter os produtos de limpeza e a dispensa de mantimentos, era abrigo de móveis escolares - mesa de professor, carteiras de alunos, quadro de cortiça e lousa. Tudo obra da fábrica do avô marceneiro. Ali era uma espécie de refúgio de todo fim de tarde. Chegar da escola e ir brincar naquela escola era uma prática diária, levada a sério. No processo de repensar o modo de vida que ali existia e os caminhos que tomei depois de crescido, fui me questionando se, ao me tornar professor, havia ou não deixado de brincar. Imaginando que as práticas de adulto estavam iluminadas pela criança, comecei um percurso de registrar os objetos que se confundiam entre trabalho e brincadeira. Lembrava das idas à papelaria do bairro para comprar giz. Eles vinham numa caixinha branca com detalhes em verde e laranja. Não me lembrava exatamente da marca. Mas me lembrava do diário de classe azul claro e toda a burocracia que envolvia ser professor. Que para aquela criança era uma espécie de legitimação do ofício. Mal sabia que mais tarde essas atribuições seriam exaustivas e indesejadas. Materiais escolares se confundiam com brinquedos e isso inevitavelmente me levava a recordar dos itens que saíam do fundo daquela casa e frequentavam a escola que existia fora dela. Tanto os que deviam estar ali, como os que eram clandestinamente levados para lá. Estojo, canetinha, lancheira se misturavam com carrinhos, bichinhos e o porta-moedas que guardava o dinheiro que compraria álbuns, figurinhas e rifas, a serem escondidos entre livros e cadernos. Rememorar o transporte dos brinquedos para dentro da escola, me confundia cada vez mais com o que era de cada lugar e me punha a olhar também para as coleções que construíamos. De meninos ou de meninas, ingênuos ou nocivos, esses conjuntos me faziam estabelecer paralelos com o que via, como adulto, sendo repetido e ensinado aos meus alunos. Os legados que deixaram para gente, crianças dos anos de 1980 e 1990 e que, agora crescidos, replicamos, questionando-nos ou não. Comecei a entender que havia ali naquelas imagens, pistas de como fomos construídos. Que elas revisitavam experiências de infância das décadas do final do século passado e pensavam em possíveis influências que estas ações exerceram em nossa formação. E que elas também acabavam misturando memórias daquela geração com referências de tensões atuais. Há o interesse, portanto, para um relato, com certa sutileza didática, dos paralelos subliminares entre os tempos presentes nas imagens. Registros congelados que poderiam ter saído de um álbum de fotografias, guardado no fundo do armário, ou que deveriam ilustrar o material didático de uma possível escola de faz-de-conta.
Bruno Novaes
Junho de 2020